quarta-feira, 26 de março de 2014

As realidades de uma viagem a longa distância

Como na maioria das vezes vou voltar a falar do lado negativo da viagem, o preço físico / mental / emocional. Poxa Manu, tu é negativa né? Não acho que sou negativa não, mas o lado bom e sonhador de uma viagem você pode ver em qualquer site, filme, fotos na internet e ainda por cima fantasiar na sua mente. Acho que precisamos sempre ter os pés no chão e por isso tento ajudar e preparar quem ainda vai passar por algo que ja passei ou estou passando. Sobre o lado financeiro acho que ja deixei bem claro né, se você tem condições ou papais que banquem isso pra você ótimo, se não tem se prepare pra apertar bem os cintos por em média um ano pra realizar uma viagem assim. Então vamos ao lado B físico, emocional e mental que é o que vou falar hoje.
     Lado físico: Nossa intenção ao comprar a passagem com quase 10 meses de antecedência era fazer um intensivo de caminhadas no verão pra nos prepararmos para a maratona na viagem(andamos muito, muito mesmo, a pé). MAS, o Tj no final do ano de 2013 rompeu um menisco e um ligamento do joelho e precisou operar e lá se foram nossos planos. Mesmo assim conseguiu começar a fisioterapia um pouco antes de irmos e mesmo com um pouco de dor estava mais disposto e menos reclamão que eu, rsrs. Eu a cada lance de escadas que tinha que subir pedia pra sentar um pouquinho(lá tem escada por tudo, dentro do Louvre era uma maratona de escadas, nas pontezinhas em Veneza mais escadas, e em Roma nos lugares que passamos lá estavam elas também). Ja havíamos chego cansados, o fuso horário e as inúmeras horas de vôos e esperas em aeroportos nos deixaram quebrados. Passamos a viagem toda acordando e indo dormir cansados, em algumas fotos é nítido ver isso na nossa cara, rsrs. Levamos uma farmacinha de plantão aonde alguns paracetamóis e alguns torsilax foram muito úteis. Então, se possível prepare-se quando tiver um projeto de viagem assim.
     Lado mental: pra mim quando falamos de mente nos remetemos aos nossos pensamentos. Fiz o possível pra me desligar do Brasil, dos meus compromissos e dos problemas que havia deixado pra resolver na volta na intenção de aproveitar ao máximo a viagem. Em alguns momentos não conseguia e a ansiedade roubava alguns momentos de sossego e prazer durante a viagem. Acho difícil planejar isso pois é preciso um tratar de Deus, um tratar em relação ao autocontrole e domínio próprio. Quanto as expectativas que fiz para a viagem acho que todas foram supridas, como pesquisei bastante fui com os pés no chão sabendo que estava indo pra um lugar que teria muitos problemas também e acho que consegui voltar realizada por isso. Não crie expectativas muito altas e permita-se surpreender-se. Outra questão mental é exercitar o autocontrole em frente a tantas vitrines lindas e diferentes, fiz o possível e conseguimos voltar dentro do orçamento que tínhamos estipulado e sem dívidas(uhuuulll). Outra preparação mental é: provavelmente no seu voo de muitas horas haverá algumas crianças, se acostume com choros e gritos. Passamos por isso mais na ida do que na volta, eu havia tomado um dramin e capotado mas o TJ foi de SP a Madrid sem conseguir dormir, prepare-se pra isso também com remedinhos ou bons fones de ouvido. Se tiver condições leve um tablet com algum filme dublado ou com legenda em português para o avião(que dependendo da companhia só vai ter inglês ou espanhol) ou momentos de espera nos aeroportos. Nós não tivemos e acabamos enfrentando horas que pareciam dias e não passavam de jeito nenhum. Levamos livros e caça palavras, mas tem uma hora que nem isso prende mais sua atenção.
     Lado emocional: Achei que quando chegasse lá iria parecer uma criança em manhã de Natal, mas não foi assim. Foi assim antes da viagem na verdade, na compra das passagens(não consegui ficar em casa de tão aloprada que estava, não conseguia sentar, não conseguia parar quieta,rsrs), na reserva das hospedagens, na troca dos reais por euros(aqui deu vontade de chorar na verdade, nossa moeda ta muito desvalorizada mesmo), ali meu coração disparou mas chegando lá passou um pouquinho disso, acho que ja tinha vivido a maioria das emoções antecipadamente( ansiosa a menina, será?). Até meu marido se surpreendeu com minha sobriedade, disse que achou que eu ia chegar lá e ia ficar perturbando ele pra ir na Torre Eiffel, rsrs. Não sei nem explicar o porque mas apesar de ser um sonho realizado ainda era um lugar real com problemas formado de pessoas reais com problemas também. Tinha prazer em ficar observando as pessoas na rua, em olhar as vitrines das padarias e floriculturas pela rua, me encantei com os detalhes e deixei a torre um pouquinho de lado. Enfim, teve alguns momentos que confesso ter ficado sem ar, ao ver a torre piscar pela primeira vez, os fogos de artificio no castelo da Disney, ao ganhar um colar muito especial do meu marido...Foram momentos mágicos, mas os momentos simples foram tão especiais quanto mesmo sem fazer o coração acelerar, acho que esta ai o segredo de aproveitar a vida e ter um casamento feliz, valorizar os momentos singelos do dia-a-dia.
Um ótimo restante de semana a todos, Deus abençoe.

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